sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Você se considera racista?

Você se considera racista?

     Olá, amores. Tudo na paz? Eu espero que sim. Hoje eu gostaria de fazer um simples questionamento para vocês. E é este aqui: Você se considera racista?

( ) Sim
( ) Não

Você já proferiu, pensou ou aceitou alguma dessas frases:

1 - Lugar de negro é na senzala. 
2 - Cabelo bom é cabelo liso.
3 - Ovelha negra da família.
4 - Gato preto é do mal.
5 - Não sou tuas negas.

Se sim: moço (a) você é racista.
Se não: moço (a) você não é racista.

     MINHA RESPOSTA 

      Eu dizia as frases 3 (referindo-se a mim mesma, apesar de ser branca), 4 (por brincadeira, para "zoar"), e a 5 (por estar tão acostumada com esta expressão).

     Mas o racismo também está incrustado nas pequenas coisas, e devemos estar atentos ao que sai de nossas bocas. Se pararmos para analisar, no meu caso o 3, 4 e 5: "Ovelha negra da família" remete ao fato de que tudo que é relacionado à negritude é "ruim", "impróprio" ou "imoral". Por exemplo: numa família inteira heterossexual, apenas uma pessoa é homossexual, portanto, ela é considerada a ovelha negra da família, pois para os padrões da família tradicional brasileira ela é uma pessoa esdrúxula e pecaminosa. Este exemplo é bem comum atualmente.

     Na 4°: "Gato preto é do mal", podendo também ser um símbolo de azar, segue a mesma linha de raciocínio do tópico anterior. Por que a cor de um animal influenciaria no jogo de sorte e azar? Quem pensa assim possui um pensamento bastante antiquado, diga-se de passagem. Sempre inventamos novas expressões que denegrem a minoria, e com o tempo elas vão se espalhando e tornando-se populares, até o ponto em que todos estaremos reproduzindo preconceitos mascarados de "brincadeiras". É de pequenas coisas que a opressão se fortalece. Mesmo sabendo que não tinha cabimento, eu continuava dizendo essa frase, afinal, estava na moda; "larga de ser brega, é só zoeira". No entanto, pasmem, até a zoeira tem limites. 

     Na 5°; "Não sou tuas negas", temos uma mescla de machismo e racismo. Essa frase é bastante usada da seguinte maneira; uma mulher é desrespeitada por um homem, sente-se indignada e diz: "me respeita que eu não sou tuas negas." Afirmando isso, fazemos alusão ao período da Escravidão, onde as escravas (negras) eram comandadas por seus senhores (brancos). Sendo assim, eles podiam fazer o que quisessem com elas - bater, xingar, estuprar -  que ainda estaria no direito deles. Percebem que mesmo sem querer alimentamos a cultura opressora?!

     Parece clichê e repetitivo alertar sobre o racismo nos dias de hoje, mas os resquícios da Escravidão e consequentemente do predomínio de uma etnia sobre a outra infelizmente ainda estão presentes em nossa sociedade, e demorará anos (talvez séculos) para alcançarmos a igualdade plena. O policiamento deve começar em cada um de nós, a partir do momento em que começamos a questionar atitudes aparentemente sem mal algum, percebemos que, como diria Shakespeare, "Há mais coisas entre o céu e a terra, Horácio, do que sonha a tua vã filosofia."

     Da mesma forma que eu percebi o erro e mudei minhas atitudes, eu espero que vocês também percebam. Que enxerguem. E que também sejam capazes de ser seres humanos em constante mudança.


     Comentem suas opiniões que eu estarei disposta a ouvir. Beijão, até a próxima!

Post por: Marcela Carvalho.

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